Comissão de Saúde aborda questão Hospital Arcanjo São Miguel
 
Na noite de terça-feira (05), os vereadores da Comissão de Saúde, Educação e Meio Ambiente, da Câmara de Gramado, Celso Fioreze, João Teixeira e Leonildo Noel, receberam para reunião, realizada no Plenário Julio Floriano Petersen, representantes do Legislativo, Executivo, Corpo Clínico, Conselho de Saúde e da SEFAS - Associação Franciscana de Assistência à Saúde que comanda o Hospital Arcanjo São Miguel. O intuito do encontro foi buscar entender o que acontece com o Hospital Arcanjo São Miguel.
De pronto o presidente da Comissão, Leonildo Noel, passou a palavra ao administrador da SEFAS, Rogério Carvalho, que estava no ato representando a presidente do grupo, irmã Ubaldina Souza e Silva. Ele iniciou informando que está totalmente ciente da situação do Hospital de Gramado, pois desde o período em que foi adquirido já acompanhava de perto o processo. Assim sendo ele iniciou apresentando as principais ações tomadas pela nova gestão que assumiu o Hospital em 1º de novembro de 2013:
 

Análise dos processos principais do hospital;
Planejamento para capacitação e qualificação de colaboradores;
Atuação em conjunto com a Secretaria Municipal de Saúde em ações para melhoria no contrato do Hospital com Estado do Rio Grande do Sul.

Em seguida falou dos treinamentos e capacitação:

Classificação de risco Gestão de Pessoas;
Planejamento Estratégico;
Estudo da região de saúde para verificação de novos serviços em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde;
Treinamento protocolo de BLS e ACLS.

Depois apresentou os processos que estão em andamento para conquista de verba:

Recursos de diárias de UTI;
Plano Operativo Hospital Arcanjo São Miguel;
Aquisição de equipamentos.

Em seguida apresentou tabela do contrato do Hospital X Prefeitura em 2013:

 
Seguindo a explanação falou das melhorias feitas em 2014:

Atendimento Médico no setor de urgência e emergência;
2 Médicos (24 horas por dia);
Serviço de portaria;
Quadro Funcional;
Técnicos de enfermagem, passaram da carga horária de 44 horas semanais para 36 horas semanais com reajustes salariais;
Os demais funcionários passaram de uma jornada de 44 horas semanais para 40 horas semanais.

Depois apresentou tabela do contrato do Hospital com a Prefeitura em 2014:
 

 
Em seguida apresentou as principais dificuldades da entidade:

Imagem da Instituição prejudicada;
Necessidade de contratação de novos profissionais de enfermagem, devido a diminuição da carga horária de trabalho e reajuste salarial (aumento considerável do custo);
Dificuldade de contratações de profissionais técnicos devido à escassez no mercado;
Manutenção da estrutura hospitalar (defasada, antiga, equipamentos com a necessidade de substituição, alto custo de manutenção);
Ampliação de despesas com terceirizados para sanar exigências da VISA;
Aumento exorbitante dos custos fixos (medicamentos, combustíveis, água, energia elétrica) sem a possibilidade de repasse aos clientes;
Total de funcionários - 270 profissionais.

Se dirigindo para a parte final falou dos resultados, no que tange os atendimentos do SUS, em 2014/2015:
Prejuízo no ano de 2014 - R$ 798.838,00
Primeiro trimestre 2015 - R$ 451.177,00
Acumulado Período - R$ 1.250,015,00
Por fim falou dos valores do Estado e da União não recebidos, observando que o não pagamento do IAC foi determinante, bem como o do IHOSP que ainda tem alguns meses em aberto, conforme aponta na tabela abaixo :

 

 
Antes de completar Rogério destacou que a meta da SEFAS é construir um hospital melhor do que ele é, e que para tanto apresentaram uma prospecção do que imaginam ser o Plano Diretor da entidade a ser realizado nos próximos anos.
Em seguida falou o secretário da Saúde, Jeferson Moschem, que apresentou os valores repassados pela União, Estado e Município, ao Hospital:

Valor de Repasses da União - R$ 4.921.782,22

Pré-Fixado Média Compexidade - R$ 3.014.276,88
FAEC – R$ 115.020,00
Incentivo Federal – IAC - R$               318.562,20
Incentivo Federal – IAC - R$               152.026,44
Incentivo Fed. – Revisão do IAC - R$ 1.321.896,48

Recursos Provenientes do Estado - R$ 2.410.334,64

Incentivo a Casa Gestante - R$ 144.000,00
Incentivo SAMU e Porta de Entrada - R$ 1.050.000,00
Incentivo a Complementação de Custeio – IHOSP - R$ 1.216.334,64

Recursos Provenientes do Município - R$ 2.534.644,20

U T I - R$ 480.000,00
Plantão Porta de Entrada - R$ 894.936,00
Sobreaviso Médico - R$ 870.600,00
Remoções - R$ 51.508,20
Grade de Internação - R$ 144.000,00
Ainda Jeferson falou dos atrasos do IAC e do IHOSP:
:

Considerando os últimos 16 meses (2014+4 meses de 2015) o incentivo federal chamado IAC que deveria ser pago a soma de R$ 1.760.000,00, para o Hospital;


HOSP – Considerando atrasos de 2014/2015, estima-se em R$ 700.000,00 para o Hospital, e R$ 275.751,01, para o município.

Ele ainda completou que alguns projetos foram apresentados e que não tivemos êxito:

Aquisição de equipamentos para reaparelhamento e modernização no valor de R$ 1.353.496,79
Aumento do teto financeiro conforme produção ambulatorial no valor de R$ 1.000.000,00
Aumento do teto financeiro de faturamento e produção em internações e média de AIH no valor de R$ 3.323.106,00
Aumentar o Incentivo de Diárias de UTI na faixa de R$ 57.000,00/mês

Falaram ainda os diretores Clínico e Técnico, Dr. Fabiano Ruoso e Dr. Gustavo Lobatto. O primeiro falou de algumas dificuldades encontradas pelos médicos quanto a equipamentos, material, falta de profissionais, bem como quanto à questão do fechamento de um andar do Hospital, mas frisou especificamente que entende a questão financeira do hospital, porém que acredita que é preciso continuar na crescente em que ele vinha tendo. Ainda destacou que um dos problemas do hospital não necessita de verbas, mas sim de força de vontade, que é a questão da humanização, ou seja o melhor acolhimento dos pacientes e uma melhor relação e valorização dos profissionais. Já Gustavo falou que a cobrança dos colegas médicos é pertinente, mas que sem dinheiro, com os problemas financeiros da entidade, com a defasagem da tabela SUS, do calote do Estado e da União, não se tem como construir um hospital melhor.
O prefeito Nestor Tissot também falou. Ele destacou que a comunidade de Gramado é exigente, mas é participante. Que muito já fez pelo hospital e que com certeza não se furtará de fazê-lo novamente. Ainda destacou que analisará os dados com cautela e que irá verificar a possibilidade da Prefeitura auxiliar de alguma forma. Ainda lembrou que os Clubes de Serviços e Empresários da cidade, bem como a comunidade também podem auxiliar.
Em seguida os Vereadores se pronunciaram oportunidade em que explicaram que agora irão se reunir para analisar as informações colhidas nestas duas reuniões, a do dia 05, bem como a anterior onde estavam só os médicos, bem como analisar as sugestões da comunidade e ai deliberar a cerca de quais as alternativas serão tomadas para auxiliar a saúde e o hospital Arcanjo São Miguel.
 
 

 
 

Data de publicação: 07/05/2015

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