Audiência pública debateu derrubada de árvores e preocupações com preservação ambiental em Gramado
Uma audiência pública promovida pela Comissão de Infraestrutura, Turismo, Desenvolvimento e Bem-Estar Social (Mérito) da Câmara de Vereadores de Gramado e provocada por pessoas da comunidade, por meio do movimento SOS Verde, aconteceu no Legislativo na terça-feira, dia 16. A audiência, com duração de mais de três horas e meia, foi solicitada por moradores, motivada pelo episódio de derrubada de uma araucária e outras árvores em uma obra na Avenida Borges de Medeiros, no Centro da cidade.O encontro foi conduzido pelo vice-presidente da Comissão, vereador Professor Daniel, em virtude da ausência do presidente da mesma, vereador Rodrigo Paim (MDB). Estiveram compondo a Mesa com ele, a secretária Municipal do Meio Ambiente, Cristiane Bandeira, que também preside oConselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Gramado (Condema), o coordenador da Defesa Civil de Gramado, Cássio Júnior de Oliveira Freitas, a presidente do Movimento Ambientalista da Região das Hortênsias (Marh), Isabel Scheid, e o designer gráfico Marcelo Caruccio, representando a comunidade que realizou o pedido no Legislativo para realização da audiência. Participaram do encontro também os vereadores Celso Fioreze (PSDB), Renan Sartori e Cícero Altreiter, do MDB, e Neri da Farmácia e Ike Koetz, do Progressistas.Segundo Caruccio, quase 500 pessoas assinaram um abaixo-assinado on-line apoiando a iniciativa de proteção às árvores em Gramado. "A obra na Avenida Borges de Medeiros (que ganhou grande repercussão) foi embargada por causa de irregularidades relacionadas ao descumprimento das condicionantes ambientais entre as quais, aquelas que motivaram cortes de araucárias. Parece-nos que as escavações para a construção do hotel danificaram tanto as raízes das araucárias que elas ficaram debilitadas a ponto que podiam desabar a qualquer momento", introduziu Caruccio."Mas estas derrubadas não são únicas, ano após ano vimos árvores serem 'assassinadas' em nome do progresso. O desenvolvimento e progresso econômico da cidade são bem-vindos e necessários, mas não, ao preço que estamos pagando. A população de Gramado não está satisfeita com os rumos que a cidade está tomando", declarou, enfatizando a importância para que o caso da obra na Borges de Medeiros seja investigada profundamente, com as devidas responsabilizações.A responsável pela Secretaria do Meio Ambiente, Cristiane Bandeira, elucidou a legislação vigente acerca do tema e tirou dúvidas dos presentes. "Gramado se destaca por ter uma legislação e procedimentos. Achamos legítimas todas as manifestações, mas elas se tornam ainda mais legítimas quando ela conhece o procedimento técnico", disse a secretária ao introduzir a apresentação do biólogo da Secretaria, Bruno Aranda, que explicou as regras no município.O servidor da Prefeitura explicou quando ocorrem as autorizações, falou sobre as regras na zona urbana e rural, abordou a legislação para reposição florestal e compensações exigidas, entre outras temáticas técnicas. O promotor de Justiça, Max Guazzelli, também participou do encontro, trouxe contribuições e compôs a Mesa.Acesse a transmissão na íntegra neste link.